Iates Classicos na RISW -
Descrição
São Paulo (SP) - Considerado atualmente um dos mais sofisticados veleiros do continente, o Atrevida vai acrescentar toda a classe de sua saga de 90 anos à flotilha da Rolex Ilhabela Sailing Week, entre 6 e 13 deste mês. Desde a completa restauração concluída em 2005, depois de 14 meses de estaleiro em Santos, a tripulação sonhava em levar o barco construído em 1923 no galpão da família Herreschoff, em Bristol (EUA), para competir em Ilhabela. Neste ano, finalmente, a inscrição está confirmada graças à impecável reforma e ao resgate do sistema de velas, que ajudou a atribuir ao barco fama e prestígio devido ao desempenho nas principais regatas da costa leste dos Estados Unidos, disputadas na primeira metade do século passado.
"Com a instalação das novas velas e cabos, conforme a área vélica (dimensão das velas) do plano original, o barco ficou muito equilibrado, interessante de se velejar. O Atrevida se comporta, hoje, como um veleiro mais leve, apesar das 90 toneladas", conta, entusiasmado, o velejador Atila Bohm, timoneiro da embarcação desde 2008.
Pelas suas características, o Atrevida deve participar das duas maiores regatas do programa da Rolex Ilhabela Sailing Week, na classe RGS Cruiser. Na abertura, no domingo (7), a Alcatrazes por Boreste - Marinha do Brasil, e a prova de percurso médio, que terá data confirmada de acordo com as condições de vento. "O barco teria velocidade suficiente para competir nas demais regatas, mas não possui a 'manobrabilidade' necessária para correr nas provas mais curtas, entre boias", afirma o precavido timoneiro.
A velocidade de velejada do Atrevida sob condições normais, com ventos médios, varia de 8 a 11 nós (até 20 km/h), situação que exige o esforço de 9 ou 10 tripulantes para que o veleiro possa atingir o seu melhor rendimento.
Resultados à parte, durante as regatas em Ilhabela, o veleiro irá destoar dos demais participantes pelo seu tamanho e pela sua beleza exclusiva. Com 95 pés de comprimento (29 metros), o Atrevida restaurado resgata a charmosa aparência semelhante a do dia em que saiu do estaleiro. Casco branco com um fio vermelho na linha d'água, velas também alvas com as bordas vermelhas e acessórios do convés em mogno de demolição e em aço inoxidável personalizados com a gravação do nome do barco, trazem de volta o requinte e a nostalgia do modelo "Herreschoff 1923", encomendado pelo Comodoro do Yatch Club de Nova York por 76 mil dólares, na época.