As marinas náuticas hoje
Ronaldo Basílio pede um tempo para pensar. Para, pensa e concluí. "Há uma tendência", afirma. "Mas não é essa tendência que você pergunta", completa. É uma tendência, prossegue o diretor da Squalo Marinas, já descoberta por governos, prefeitura e empresários. Todos pararam, pensaram e concluíram que fazer marinas é um bom negócio. Não importa a categoria. "Essa é a tendência", afirma Basílio.
A indústria náutica precisa cada vez mais de marinas para abrigar suas lanchas e veleiros. As produções só crescem. E Ronaldo Basílio acredita, a tendência é que siga assim. Esse é mais uma vez o caminho que surge. Não aquele sugerido pelo repórter em torno da construção de marinas que pudessem receber barcos de maior porte. Esse, não. Os barcos dessa categoria ainda não teriam assegurado para si um espaço no mercado que justificasse o investimento ou mesmo a preocupação em relação à falta de estrutura no Brasil para acolhê-los.
"Não temos mesmo marinas adequadas para embarcações acima de 200 pés. Mas também não chega a ser um problema porque se trata de um mercado muito pequeno", explica Basílio, argumentando que um empresário dificilmente irá investir em uma marina com um público tão específico e tão restrito enquanto ainda existe hoje uma demanda grande para vagas para barcos de 40 e 50 pés.
Mas não vagas em qualquer superfície. E, sim, no seco. Essa outra tendência, que se propagou antes mundo afora, já seria responsável por praticamente 80% dos projetos desenhados para a costa brasileira. Entre os motivos que estariam por trás desse movimento, está o desejo do proprietário de ver a sua lancha protegida dos raios ultravioletas, da ação do sol e ainda da corrosão da água do mar. Não importa se em Belém ou Porto Alegre, nos dois extremos do país esse é o panorama.
No total, a Squalo Marinas participa, por exemplo, de até cinco projetos por ano. Ao longa de sua existência, foram 105. Nos países mais distintos. Desde os Estados Unidos, passando pelo Peru e chegando, claro, ao Brasil. Para fazer uma marina dar certo, não tem segredo, basta se manter atento a um critério universal: a localização. Próxima ao mercado comprador e considerando também a possibilidade de legalização - ou seja, que não cause nenhum impacto ambiental ao ecossistema vizinho. Feito isso, resta apenas aguardar pelo retorno financeiro que costuma vir entre quatro e até 12 anos.
"Não mais que isso. Ainda assim, essa é uma estimativa muito variável. Porque em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, você vê uma boa marina cobrar quatro vezes mais caro que a mesma marina de Belém ou Recife", diferencia Basílio, acrescentando que os gastos na da construção não costumam fugir do habitual independentemente da região. "O custo para você fazer a marina é o mesmo. O ciumento, o trator, o custo de operação, óleo diesel, energia elétrica".
Então, retomando a pergunta que suscitou a reportagem, pergunto a Ronaldo Basílio como ficam as lanchas e veleiros que não encontram marinas especializadas em barcos maiores. Não ficam. Ou melhor, ficam. Mais precisamente, ao largo e utilizando essas mesmas marinas como apoio, numa operação remoto ou seja, usando o barco de apoio para ir e voltar a terra. Ou mesmo tirando proveito das estruturas portuárias. Não são todos portos, mas a maioria oferece suportes para iates de 200 ou 300 pés.
Ou seja, no final das contas, não importa se ao seco, numa operação remoto ou com o apoio de companheiros portuários, todos encontram o seu espaço nos 7.367 km de costa do Brasil. Mesmo nas marinas mais antigas que não são antigas assim, já que a maioria delas surgiram a partir da Marina da Glória em 1975 e acompanharam o seu primeiro boom em 1990. O boom que prossegue, naquilo que Ronaldo Basílio, diretor da Squalo Marinas, resume com precisão. "Essa é a tendência".
Serviço:
Site da Squalo Marinas - www.squalomarinas.com.br