As regatas pelo mundo
Existem várias competições de vela pelo mundo. Daquelas que se desenrolam ao longo de quase todo um ano, apresentando as mais diversas dificuldades, até as que apresentam como maior obstáculo a solidão. Tão peculiar à realidade do mar, mas que ainda assim pode ser agravada com a impossibilidade de se contar com assistência ao longo do percurso. É esse o cenário que pode ser conferido em alguns dos principais eventos para velejadores e que o Portal Náutico apresenta logo abaixo. Em breve, vamos apresentar também o panorama das competições no Brasil.
Volvo Ocean Race
"Whitbread Round the World Race" apenas para os mais íntimos. Foi assim que surgiu a regata mais antiga e conhecida de volta de ao mundo em 1973. Hoje sob o nome de "Volvo Ocean Race", ela acontece de quatro em quatro anos, mobilizando competidores num percurso que costuma se desenrolar ao longo de oito meses. Na edição 2011/2012, por exemplo, são seis equipes brigando por mais de 30 mil milhas náuticas - 72 mil quilômetros -, em torno de cinco continentes, com passagem prevista para o Brasil, em Itajaí, no litoral de Santa Catarina, em abril do ano que vem. O custo da prova está estimado em R$ 300 milhões. Em 2009, 1,7 bilhão de pessoas acompanharam o evento direta ou indiretamente.
America's Cup
Pode reservar o assento em frente ao computador, mesmo. Para 2013, já está assegurada a transmissão da largada da America's Cup através do Youtube. Direto de San Francisco, nos Estados Unidos, câmeras exclusivas instaladas nos barcos e nas baías reproduzirão as imagens para os fãs de vela de todo o mundo. Até lá, acontecem as outras duas etapas deste evento que consiste basicamente na competição entre o atual detentor do troféu e um desafiante - este, a ser eleito a partir de uma destas etapas, a Louis Vuitton Cup. A America's Cup World Series, lançada nesta temporada e com a sua primeira regata disputada em Cascais, em Portugal, completa o evento. Uma das particularidades da regata é a presença de bilionários nas equipes. Paul Allen, fundador da empresa de tecnologia Microsoft, é um dos tradicionais participantes.
Velux 5 Oceans
Ondas gigantes e temperaturas extremas que desafiam a resistência humana. É com esse cardápio de dificuldades que velejadores partem, sozinhos, naquela que é a maior regata solitária da vela mundial. A competição existe desde 1982 - quando era, então, conhecida, sob o nome de BOC Challenge -, mas já não goza do mesmo prestígio de antigamente. Nenhum dos cinco modelos de 60 pés que participaram do evento neste ano, por exemplo, eram novos. O barco do campeão, o americano Brad Van Liew, fora construído em 1998. Ainda para esta última edição, encerrada em junho, em La Rochelle, na França, estava prevista uma parada em Salvador, mas ela acabou cancelada e transferida para Punta del Este, no Uruguai. A Velux 5 Oceans deverá voltar agora em 2014, ainda sem confirmação se irá passar ou não pelo Brasil.
Vendeé Globe
Nada de despedidas. Um alívio por um lado, mas que pode também se transformar em um tormento por outro, se julgarmos o apelido que a Vendeé Globe carrega: o Evereste dos mares. Algo reforçado por duas características que fazem desta regata que teve a sua primeira edição em 1989 uma regata especial: nada de paradas ou mesmo assistência ao longo do trajeto. Há apenas uma concessão, que é a possibilidade de volta ao local da largada, ainda no início da corrida, para reparos. Ela começa e termina em Les Sables d'Olonne, na França, e tem a sua próxima edição marcada novembro do ano que vem. Antes do evento, todos os participantes são obrigados a percorrer uma distância de no mínimo 2.500 milhas (4.630 km) sem ancorar ou entrar num porto, como uma espécie de teste.
Transat 6,50
Das mais solitárias, a mais solitária. Ainda mais que a Vendeé Globe, é o que se apregoa. O seu percurso, ainda assim, é menor. Tem início geralmente em La Rochelle, na França, e chegada em Salvador, como parte da Semana Náutica Baía de Todos os Santos. Em 2011, ela teve começo no final de setembro e terminou em 4 de novembro. O vencedor da última edição do evento que ocorre desde 1977 foi o francês Gwénolé Gahinet. Entre os participantes, esteve também um brasileiro, o velejador chinês radicado na Bahia Kan Chuh. Até 100 mil pessoas já marcaram presença em uma largada da competição, no passado.