Os superiates virão ao Rio
Rio de Janeiro, o próximo porto dos superiates?
O Rio de Janeiro tem muito potencial para ser um sucesso estrondoso como cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Já como cidade-sede para os superiates, não é tão certo, em grande parte devido a sua infraestrutura imatura e a fiscaliação aduaneira/portuária proibitivamente complexos para os estrangeiros. No entanto, antes do Jogos Olímpicos de 2012, Londres tinha pouca experiência em atrair frotas de Superiates, mas, neste verão europeu, nada menos que 10 superiates de até 126m (380 pés) de comprimento ancoraram em suas águas. Num interessante texto que aqui traduzimos, a SuperyachtNews.com avaliou os desafios semelhantes que o nosso Rio de Janeiro poderá enfrentar em 4 anos.
O primeiro problema enfrentado em Londres foi a distância dos centros europeus (berço de muitos dos SuperIates), e que o Rio também vai enfrentar, com o agravante de ser mais distante ainda. No caso de Londres, agosto concidia em cheio com a temporada de Charters do Mediterrâneo. Sam Gospel, gerente de um iate de 52m, o Deniki, comentou, "Qualquer lugar da costa mediterrânea da França demanda cerca de uma semana chegar [a Londres], nós tivemos sorte com o tempo. Havia outros iates que tinham reservado vagas mas depois cancelaram. Devem ter estimado que a longa navegada frente um agradável verão quente que estava previsto não valeria a pena, considerando as receitas perdidas em charters locais.
Para virem ao Rio os proprietários dos superiates poderão perder a temporada completamente (do verão europeu) e empresários e executivos desse escalão farão suas contas.
Fabrizio Ottoni Limena, diretor da Brasil Yacht Services, a empresa manutenção de sua vantagem como serviços do Rio eixo central para as Olimpíadas, explicou, "É mais fácil chegar ao Brasil desde Europa, Nova Zelândia (via Cabo Horn) e África do Sul, em dezembro, e passar o verão aqui. Isso acontece devido aos padrões do clima que são mais favoráveis ??ao chegar ao país a partir desses locais durante esses meses. No entanto, não significa que iates não podem vir em um momento diferente do ano, isso significa apenas que eles não encontrarão as condições mais favoráveis ??". Limena disse que a melhor opção seria virem direto do Caribe, onde passam a temporada de inverno europeu, para o Brasil. Essa viagem, em 2634 milhas náuticas (de Antígua para o Rio, por exemplo), é bastante tranquila, mas os iates perdem sua temporada de verão no Mediterraneo? É um fator a considerar.
O segundo tema as duas cidades (Londres e Rio) compartilham. Falta infra-estrutura (marinas) de primeira classe para superiates. Em Londres, Feeryboats, navios e iates de luxo de disputavam espaço no porto de West India. Havia capacidade para até 20 embarcações de até 180m (mais de 500 pés) - mas sem a atração de serviços iate clube glamourosas ou a configuração cênica e charmosa compativeis com os iates de luxo. Cruzeira passa a ser jogo de aventura como twittou Paul Allen "Levar o Octopus a Londres parece um aperto, apenas 1 metro de folga. É incomum ter apartamentos, escritórios logo ali, do lado de fora". No Rio, é igual, na verdade, mais crítico ainda. Apenas duas marinas do Rio de Janeiro, o Rio Yacht Club (ICRJ) e Marina da Glória, tem poucos quatro berços (somadas) para superiates e suportam barcos de no máximo 50m (150 pés).
"Realisticamente falando, se a Copa do Mundo de 2014 ou os Jogos Olímpicos fossem acontecer amanhã, os iates teriam de ficar na âncora e utilizar as instalações apenas para embarcar / desembarcar", disse Limena. "Pretendemos estabelecer um serviço de táxi náutico na Baía de Guanabara em cima existência dessa demanda. "Há planos para expandir a Marina da Gloria, embora os detalhes não estavam disponíveis no momento da escrita dessa matéria. Seu proprietário, porém, é Eike Batista (7º na lista dos mais ricos da Forbes) que dizem ajudou o Rio ganhar a campanha para ter os jogos, de modo que seus planos para a marina - rumores dizem que serão concluídos até 2016 - possam vir a ter influência na decisão dos donos dos superiates.
Uma grande mudança que o Brasil precisa fazer e que Londres não estava incomodado, é com uma rede de servicos honesta. A empresa recém-criada Brasil Yacht Service, com 40 anos de experiência de seus proprietários, está focada em mudar isso. Mas em cruzeiro ao Brasil em Março de 2012 com o iate Feadship´s Go de 39 metros, o responsavel pelo barco, Tim Hamilton relatou (em uma carta para a revista The Superyacht Report) : "Eu tive muita dificuldade para identificar um agente honesto para ajudar o Feadship´s Go com alfândega e imigração no país. Os primeiros dois supostos agentes que contactei tentaram me cobrar 2% do valor do iate (? 500.000) por seus serviços como agente. Mais tarde eu descobri estes agentes tinham contactado do mercado e tentaram suborna-los para me indicarem de volta a eles. A corrupção é uma barreira". Limena disse, no entanto, que têm feito progressos com "resultados significativos quanto à atualização da legislação relativa à taxas e vistos esperados para um futuro próximo. Há um monte de vontade política e investidores no momento ", assim com quatro anos pela frente, a corrupção pode muito bem não ser mais uma barreira.
A palavra "vontade" é talvez a chave mais importante para o sucesso do Rio de Janeiro como cidade-sede dos superiates. Falando sobre o futuro, ele ainda disse:
"Falamos de iates vindo ao país, para cruzeiros exclusivos com destinos inexplorados, para conhecer a cultura e a natureza brasileira, e ao mesmo tempo, ter o privilégio de poder acompanhar os eventos esportivos, então a resposta é: Sim! Será um grande sucesso! Porque existem pessoas ... que já estão trabalhando para que isso aconteça da melhor maneira possível, e isso definitivamente vai ter que acontecer de alguma maneira".
Com tal determinação para dar infra-estrutura ao Rio de Janeiro, tudo o que resta é a determinação dos proprietários dos superiates para chegar lá. Os Jogos Olímpicos são uma das melhores experiências do planeta, e juntamente com um cruzeiro incrível e cultura, é provável que a demanda virá. Quando isso irá se concretizar, vai depender da Brasil Yacht Services e empresas similares, conseguir o combustível necessário para convencer o governo e o Comitê Olímpico para assistir a sua missão de fornecer o que demandam os superiates.
Texto original: Belinda Liversedge
Tradução: Portal Náutico